terça-feira, 7 de setembro de 2010

. fingi na hora rir

Cenário: O buteco de sempre, as caras de sempre, a rua de sempre.
Horário: Quase meia-noite

Depois do abraço.

Simone, já bastante chapada, literalmente, correu.

- Ei! Espere. Onde você vai?
- Encontrar um pessoal.

...

Lapso Neural, amnésia alcoólica, qualquer coisa parecida ou a mistura disso tudo.

- Você deveria ir embora. Precisa descansar. Aquela hora em que te encontrei, já estava bem mal. E você está com outras pessoas.
- OK!

(...)

- Cara, que patético! Como eu sou rídicula. Eu nunca faço isso.
- Não, pára.

Ele a abraça.

- Vai lá. Divirta-se. Na boa, 'acredite em Jesus'.


(É, Simone, se algum dia você fora sutil, a sutileza acabara ali, naqueles cinco minutos)

1 minuto depois.

- Eu quero um buraco pra enfiar a cabeça.

Toda a dor e vergonha que sentiu ali naqueles cinco minutos não tiveram nada a ver com o fato de ter sido rejeitada. Foi pior, na verdade. Ela nunca tivera antes uma atitude parecida com aquela. Era se humilhar demais.

Algumas horas depois.

Simone se lembrou de Manhattan, do Woody Allen, e (só)-r-riu. Era o que bastava pra voltar a se sentir bem.


Detalhe: Los Hermanos é sempre oportuno. É impressionante como as pessoas 'usam' no momento certo.

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