sexta-feira, 10 de setembro de 2010

. voltando da faculdade

Um dia qualquer, quando eles eram felizes.

- É sério, Scenes from a memory é o disco mais perfeito do mundo! (Simone tinha mania de ser assim: um exagero, uma hipérbole ambulante)
- Casa comigo?

Detalhe: Escrito ouvindo Strange Déjà Vu, do álbum perfeito do Dream Theater.

Em homenagem a Mike Portnoy, que saiu do Dream Theater

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

. just stay with me a while

Uma noite qualquer no quarto dele.

- Você quer ficar comigo pra sempre?
- Quero.

'Anna Molly' só não sabia que aquele "pra sempre" nunca existiu.

Dois anos depois.

As coisas que sobraram naquele apartamento antigo se dividiam em duas categorias: os objetos dela e as coisas que ele não quis mais e que "Anna Molly", logo, tratou de se desfazer.

Detalhe: Anna Molly foi o jeito que ele escolheu chamá-la, quando ela ligava, no celular dele, tocava Anna Molly, e AnnoMally era o que ela era, na verdade. E o que ele nunca se atraveu (ou quis) a conhecer.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

. fingi na hora rir

Cenário: O buteco de sempre, as caras de sempre, a rua de sempre.
Horário: Quase meia-noite

Depois do abraço.

Simone, já bastante chapada, literalmente, correu.

- Ei! Espere. Onde você vai?
- Encontrar um pessoal.

...

Lapso Neural, amnésia alcoólica, qualquer coisa parecida ou a mistura disso tudo.

- Você deveria ir embora. Precisa descansar. Aquela hora em que te encontrei, já estava bem mal. E você está com outras pessoas.
- OK!

(...)

- Cara, que patético! Como eu sou rídicula. Eu nunca faço isso.
- Não, pára.

Ele a abraça.

- Vai lá. Divirta-se. Na boa, 'acredite em Jesus'.


(É, Simone, se algum dia você fora sutil, a sutileza acabara ali, naqueles cinco minutos)

1 minuto depois.

- Eu quero um buraco pra enfiar a cabeça.

Toda a dor e vergonha que sentiu ali naqueles cinco minutos não tiveram nada a ver com o fato de ter sido rejeitada. Foi pior, na verdade. Ela nunca tivera antes uma atitude parecida com aquela. Era se humilhar demais.

Algumas horas depois.

Simone se lembrou de Manhattan, do Woody Allen, e (só)-r-riu. Era o que bastava pra voltar a se sentir bem.


Detalhe: Los Hermanos é sempre oportuno. É impressionante como as pessoas 'usam' no momento certo.

domingo, 5 de setembro de 2010

. sobre medo de elefantes

Cenário: Muquifo no centro da cidade
Horário: umas 4horas da manhã.

Final de festa

Muitos já haviam deixado o lugar e os que ainda estavam lá pareciam exaustos. Ficaram os três sentados ali, na rua mesmo: Simone, o cara esquisito e o ex namorado dela.

O cara esquisito diz à Simone:

- O que você queria fazer agora?
- Não me faça pergunta difícil. Eu sei lá... (Ela sempre tinha mania de ser assim, meio evasiva, e jamais iria dizer: 'Eu quero você')
- Não. Você tem que estar afim de algo. Eu estou afim de várias coisas, menos de ver um elefante. Eu não gosto deles.

Simone se volta ao ex, meio que buscando por aprovação.

- Sim, ele tem medo de elefantes - e sai.

(Gargalhadas)

- Eu sempre quis te cumprimentar, mas ele é meu amigo, sabe? Eu tenho medo de magoá-lo. Não sei o que realmente existe entre vocês.
- Não existe o 'a gente' mais. E você tem medo dele e de mim. (Nesse momento, ela já estava em pé e olhava fixamente para o cara esquisito)

Ele a beija.

É, 'não era só medo de elefantes'.

*

Algumas horas mais cedo, enquanto o cara esquisito ainda parecia sóbrio (ou menos bêbado), depende do ponto de vista.

- Ei, Simone. Pára com essa mania de fingir que não me vê.
- Você é que não olha pra mim. Por isso faço de contas que não é você.
- Você esqueceu de mim?
- Como eu iria esquecer um fã de TooL?
- Eu gosto de você, porque você é esquisita.
- Igualmente.


Detalhe: Esse post foi escrito ao som de TooL, é óbvio.