sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

. sei lá

Ingenuidade a minha pensar que não seria inevitável um afastamento agora? Ou já seria minha imaginação fértil pessimista criando historinhas para justificar sua quase presença-ausente? Não sei. Não consigo compreender o que se passa na minha cabeça, quanto mais na sua. Em alguns momentos chego a pensar que você está muito além do meio universo... Melhor assim. Aí, não crio expectativas.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

.We must never be apart

"In you I see dirty
In you I count stars
In you I feel so pretty
In you I taste God
In you I feel so hungry
In you I crash cars"

Minha música adorada, 'Cause you're the one that I adore.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E agora, José?

É preciso abandonar a velha e já cansativa rotina e explorar novas oportunidades. É preciso se (re) inventar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

.Rocket

- Eu não vou ao "Terra". Eu quero ir mesmo é pra Saturno.
- Se descobrir um jeito de ir pra lá, você me conta?

(...)

- Instruções para Saturno:

Bleed in your own light
Dream of your own light

- Vamos embora pra Saturno, então? The moon is out stars invite, and I think We'll live tonight.

Coisas que só quem gosta de Billy Corgan entendem.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

.Lovely Linda

Simone sente, em alguns momentos, ser a Linda McCartney da vida dele.

... só que com menos poder.

"With the Lovely Flowers in Her Hair"

(só pra quem entende)

sábado, 6 de novembro de 2010

chuva mofa!

chuva mofa, provoca um desânimo generalizado e uma melancolia incontrolável.

Simone não consegue lidar com a angústia que a chuva provoca em si mesmo.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

sobre culpa e frustração

. um dia qualquer

- eu me sinto culpada por ter frustrado as expectativas dele. é como se eu tivesse jogado dois anos de planos no lixo. frases como "eu te amo" e "quero ficar com você pra sempre" se tornaram vazias, perderam o sentido...

- mas e ele? também não frustrou as suas?

(...)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

. receita médica

- Buscopam e codeína de 6h em 6h quando houver dor e mais um conselho amigo: 'pare de beber, porque você está estragando sua saúde'.
- Ok!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

. é o queira não queira

João tentava lutar a todo custo com sua consciência, contra tudo aquilo que pensava sobre Simone. Em vão.

- "Não, eu não vou pegar a Simone. Mesmo ela tendo o melhor sorriso e o olhar mais provocador e, ao mesmo tempo, apaziguador. Mesmo eu tendo esquecido o quanto sua voz é chata. Mesmo eu tendo me apaixonado no instante de um sorriso".

Nem mesmo Simone sabia que era isso tudo pra ele.

- Desculpe, João. Mas é amizade.

. há sempre um lado que pesa e outro lado que flutua

- O que aconteceu?
- Perdeu a graça ficar com você agora que estou sozinha

.quando eu te mostrar a minha dor, então responda

Simone tem algo preso dentro de si que nem ela mesma sabe o que é ou como colocar pra fora. Ela só sabe que dá um aperto gigante e que faz com que se sinta enclausurada. É algo como ficar presa dentro de um elevador sozinha. Tentou chorar, mas não consegue. Tentou gritar, mas não pode. Gritar pra que? Desabafar com quem? Se nem ela mesma entende o que está acontecendo consigo. Correr pra onde? Já que nem ânimo existe mais.

É, talvez seja o momento de dar um tempo, um suspiro antes de respirar de novo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

cherchez la femme

- Desde quando você acredita na expressão "cherchez la femme"?
- Desde sempre, uai. O que significa isso pra você?
- No cliché: Por trás de todo grande homem, existe uma mulher. Ou para os japoneses, a mulher é a cabeça de todo homem.
- Na mosca! Eu faço canções de amor, então acredito nas mulheres.
- Mas você não era o machista, que não acredita em independência feminina?
- O que você pensa de mim?
- Sei lá.

(...)

- O que VOCÊ pensa de mim?
- Você quer se apaixonar, mas tem medo de pular. Tem medo da vida e gosta de bancar a durona!

O silêncio invadiu a conversa de Simone e do estudante de Direito, que ela considerava o cara mais machista do planeta. Simone sentiu raiva naquele momento. Ninguém havia compreendido Simone tão bem como ele. Sentiu-se fraca, talvez tivesse se exposto demais naquele e-mail que havia enviado pra ele semanas atrás.

- Ui! Acho que nunca ninguém me descreveu de uma forma tão exata igual a você. Nem mesmo, minha psicóloga.

Simone respirou fundo, estava se sentindo mal. Não gostava que as pessoas descobrissem seus medos, ainda mais um 'quase' desconhecido. Tudo bem, haviam ficado algumas vezes, mas aquilo nunca representou nada pra ela e, talvez, ainda menos pra ele.

- Fiquei com raiva. Muita raiva!
- De que? Não é todo mundo que tem um coração.
- Ah, então eu tenho um coração? Que merda! Eu preferia, de verdade, não sofrer. Que essa imagem de 'durona' não fosse só uma máscara que eu me escondo pra não revelar minha fraqueza ao resto do mundo...

Simone tenta se esquivar do olhar do rapaz, que insiste em procurá-la, em fazer com que ela o perceba. Simone chora e, em meio a soluços, diz:

- Você diz isso, porque todas as pessoas do mundo são assim. Escondem sua fraqueza, são covardes e, simplesmente, tem medo de pular, sob o risco do outro não pular junto.
- Calma, o mundo também não me agrada.
- É?
- Sim, eu sou meio louco. Não sei se vou conseguir viver nessa, não. Mas virar hippie também não é a solução...
- Poxa, quando você ficou tão sensível assim?
- Eu sempre fui, mas às vezes, sou escroto pra suportar viver nesse mundo, sabe?!
- É mais um fraco, assim como eu também. Acho que, por isso, você me lê tão bem assim...
- Não sei, talvez...

Detalhe: O afeto entre os dois começou a partir daquele momento. A porra do afeto...

. na porta do colégio

- Sai pra lá!!! Você está louco? Meu pai vai chegar e me matar!

E o jovem sentado do lado da menina tentava a todo custo beijá-la.

domingo, 19 de setembro de 2010

. o quereres

Elisa ama Pedro. Pedro tem medo de se entregar a Elisa. Por causa dos sentimentos dela e da covardia dele, ficaram alguns meses sem se falar. Até mesmo as longas conversas que costumavam ter diaramente acabaram.

Outro dia, se encontraram casualmente. O desejo fazia com que Elisa pensasse a cada segundo nele e a ausência dela na vida de Pedro incomodava mais que a presença. E, assim, porque pensavam um no outro, se esbarraram naquelas mesmas ruas que costumavam andar quando tudo ainda era bom.

Pedro estava alguns quilos mais magro, algo que assustou um pouco Elisa. Elisa continuava a mesma, talvez, um pouco triste por não se falarem mais.

Os dois conversaram como se nada tivesse mudado, como se aquele tempo que ficaram afastados fosse um intervalo curto.

Elisa abraçou Pedro. Pedro, sempre delicado disse à Elisa:

- Agora, suas mãos já se encontram quando você me abraça. Melhor ou pior assim?
- Nada mudou, Pedro.
- Hein?
- Tudo continua do mesmo jeito.

Detalhe: Depois que se despediram, Pedro voltou à sua vida conformista e Elisa foi se encontrar com Simone.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

. just do it

Na rua, com aquela pessoa que Simone jamais imaginara.

- Você gosta de Copacabana Club.
- Por que você diz isso? Por que tenho cabelo vermelho, tatuagem, uso alargador e tenho um estilo meio "moderninho"? Errou!

Naquele momento, a única coisa que passava na cabeça dela era: Cansei de ser sexy!

Detalhe gigante pra quem nunca ouviu Just do It:
"change your style
you can change your face
change your boobs
change your smile
just change it cause you want it
not because you saw it"

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

. mais uma vez desanimou*

Era um festa qualquer. Ela havia exagerado no champagne, já estava trêbada. Os dois foram embora. Os efeitos da extravagância começaram logo quando ela entrou no carro dele e começou a vomitar.

Um monte de coisas foram ditas ali, mas nenhum dos dois provalvemente se lembra mais.

5 minutos depois, já em casa.

Ele a enfiou debaixo do chuveiro e começou a escrotizá-la:

- Você é uma palhaça. É isso o que você é: PA-LHA-ÇA!!! (E ele foi repetindo aquilo em loop, que até hoje, aquela palavra ainda ecoa em sua cabeça)

A única coisa que ela conseguia era chorar. Chorava por estar se sentindo mal, chorava por vergonha e, sobretudo, por ser obrigada a ouvir aquilo dele.

Foi ali, depois do banho gelado, que aquele cara começou a morrer para Simone. A partir daquele dia, as coisas começaram a mudar...

Detalhe: Desisto* é sempre oportuna em rompimentos de namoro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

. voltando da faculdade

Um dia qualquer, quando eles eram felizes.

- É sério, Scenes from a memory é o disco mais perfeito do mundo! (Simone tinha mania de ser assim: um exagero, uma hipérbole ambulante)
- Casa comigo?

Detalhe: Escrito ouvindo Strange Déjà Vu, do álbum perfeito do Dream Theater.

Em homenagem a Mike Portnoy, que saiu do Dream Theater

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

. just stay with me a while

Uma noite qualquer no quarto dele.

- Você quer ficar comigo pra sempre?
- Quero.

'Anna Molly' só não sabia que aquele "pra sempre" nunca existiu.

Dois anos depois.

As coisas que sobraram naquele apartamento antigo se dividiam em duas categorias: os objetos dela e as coisas que ele não quis mais e que "Anna Molly", logo, tratou de se desfazer.

Detalhe: Anna Molly foi o jeito que ele escolheu chamá-la, quando ela ligava, no celular dele, tocava Anna Molly, e AnnoMally era o que ela era, na verdade. E o que ele nunca se atraveu (ou quis) a conhecer.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

. fingi na hora rir

Cenário: O buteco de sempre, as caras de sempre, a rua de sempre.
Horário: Quase meia-noite

Depois do abraço.

Simone, já bastante chapada, literalmente, correu.

- Ei! Espere. Onde você vai?
- Encontrar um pessoal.

...

Lapso Neural, amnésia alcoólica, qualquer coisa parecida ou a mistura disso tudo.

- Você deveria ir embora. Precisa descansar. Aquela hora em que te encontrei, já estava bem mal. E você está com outras pessoas.
- OK!

(...)

- Cara, que patético! Como eu sou rídicula. Eu nunca faço isso.
- Não, pára.

Ele a abraça.

- Vai lá. Divirta-se. Na boa, 'acredite em Jesus'.


(É, Simone, se algum dia você fora sutil, a sutileza acabara ali, naqueles cinco minutos)

1 minuto depois.

- Eu quero um buraco pra enfiar a cabeça.

Toda a dor e vergonha que sentiu ali naqueles cinco minutos não tiveram nada a ver com o fato de ter sido rejeitada. Foi pior, na verdade. Ela nunca tivera antes uma atitude parecida com aquela. Era se humilhar demais.

Algumas horas depois.

Simone se lembrou de Manhattan, do Woody Allen, e (só)-r-riu. Era o que bastava pra voltar a se sentir bem.


Detalhe: Los Hermanos é sempre oportuno. É impressionante como as pessoas 'usam' no momento certo.

domingo, 5 de setembro de 2010

. sobre medo de elefantes

Cenário: Muquifo no centro da cidade
Horário: umas 4horas da manhã.

Final de festa

Muitos já haviam deixado o lugar e os que ainda estavam lá pareciam exaustos. Ficaram os três sentados ali, na rua mesmo: Simone, o cara esquisito e o ex namorado dela.

O cara esquisito diz à Simone:

- O que você queria fazer agora?
- Não me faça pergunta difícil. Eu sei lá... (Ela sempre tinha mania de ser assim, meio evasiva, e jamais iria dizer: 'Eu quero você')
- Não. Você tem que estar afim de algo. Eu estou afim de várias coisas, menos de ver um elefante. Eu não gosto deles.

Simone se volta ao ex, meio que buscando por aprovação.

- Sim, ele tem medo de elefantes - e sai.

(Gargalhadas)

- Eu sempre quis te cumprimentar, mas ele é meu amigo, sabe? Eu tenho medo de magoá-lo. Não sei o que realmente existe entre vocês.
- Não existe o 'a gente' mais. E você tem medo dele e de mim. (Nesse momento, ela já estava em pé e olhava fixamente para o cara esquisito)

Ele a beija.

É, 'não era só medo de elefantes'.

*

Algumas horas mais cedo, enquanto o cara esquisito ainda parecia sóbrio (ou menos bêbado), depende do ponto de vista.

- Ei, Simone. Pára com essa mania de fingir que não me vê.
- Você é que não olha pra mim. Por isso faço de contas que não é você.
- Você esqueceu de mim?
- Como eu iria esquecer um fã de TooL?
- Eu gosto de você, porque você é esquisita.
- Igualmente.


Detalhe: Esse post foi escrito ao som de TooL, é óbvio.